domingo, 31 de julho de 2011

Pai, eu ainda te adoro!

Provavelmente nunca verás nada disto, e muito menos saberás que fui eu que escrevi para ti. Sabes, às vezes sinto a tua falta: sinto falta daqueles abraços que me davas quando eu era pequena, sinto falta dos filmes da disney que me davas quando chegavas a casa mais tarde e eu já tinha adormecido à tua espera, sinto falta da tua defesa sempre que eu estava a chorar... Sinto falta da tua protecção!
Ainda me lembro: todos os dias eu ia acordar-te porque só tu sabias pentear-me o cabelo. Não me magoavas... é certo que depois quando chegava ao infantário, a educadora tinha de me pentear outra vez porque tu só me penteavas por cima e não me tiravas as ditas "chocas". Mas não me magoavas, e era isso que eu gostava em ti: nunca me magoavas! Quando me portava mal, tu nunca te chateavas comigo... à tua maneira fazias-me sempre entender que o que eu tinha feito era errado e eu não voltava a fazer. Quando estava a chorar porque alguém me tinha repreendido por alguma asneirita que eu tivesse feito, tu defendias-me sempre, mas olhavas para mim como quem diz "não voltes a fazer, é errado!" Mas protegias-me, sabias que eu entendia o que era bom e mau, correcto ou incorrecto, sem ser preciso berrarem comigo... Tu percebias a criança que eu era! Tu percebias bem o que eu sentia! E nunca deixavas que fizessem mal à tua menina! Sim, era assim que falavas de mim a toda a gente. Eu era fofinha, pequena, gordinha, era a menina do pápá!
Até que certo dia, tu deixaste-me! Tu foste embora e nem sequer olhaste para trás. Durante uns dias, revias a  tua bébé, bébé essa que cresceu, cresceu sem ti! Porque passado algum tempo já nada importava, já nada fazia diferença, tudo tinha mudado, e tu não quiseste saber, tu foste e eu fiquei! Eu cresci, e agora, quando preciso de ti mais do que nunca, tu não estás e nem um telefonema, nem uma palavra! Deixaste-me!

Pai



1 comentário:

Borboleta disse...

É triste e passo por algo semelhante.. Força :)