Meu pequenino

Eras um recém-nascido quando te peguei pela primeira vez. Nem sabia como pegar em ti, eras tão frágil, tão fofinho, tão pequenino. Ainda mal abrias os olhos e eu já te sentia como se fosses meu para sempre. Cresceste e eu fui acompanhando sempre as tuas malandrices. A primeira vez que me chamaste "madrinha" eu abracei-te com tanta força que começaste-te a rir com aquele sorrisinho malandro. Eu realmente adoro-te e sinto-te como se fosses também um bocado meu. Ainda hoje corres para mim e me abraças quando me vês ao longe, tal e qual como acontecia quando começaste a andar e ainda mal te equilibravas. És o meu pequenino e vais ser sempre, mesmo quando cresceres mais um bocadinho. Quando vens ter comigo com aquele olhar cabisbaixo e triste, eu sei logo que fizeste asneiras e às vezes nem é preciso dizer-te nada porque já sabes que aquilo não se faz. És meiguinho e muito carinhoso. Tens sempre um beijinho, ou dois, ou três para a tua madrinha babada. E quando te digo, "anda comigo", vens logo sem pensar. Todos as vezes que vais embora, vais triste porque queres sempre vir "com a madrinha", como tu dizes.Tens sempre aquela felicidade de criança que transmites sem nunca te pedir, aquela felicidade que me emociona quando eu própria estou triste e tu me abraças como se nunca me largasses.E isso faz-me pensar como tu vives contente e ingenuamente e precisas de pouco para estar feliz. 

E eu não. Eu preciso de ti para ser feliz afilhado.