Paradoxo

Acho impressionante a maneira como sou dominada pelos sentimentos. A maneira como te odeio, mas simultaneamente te amo; como quero que desapareças, mas ao mesmo tempo que fiques ao meu lado para sempre e nunca me largues; a maneira como quero esquecer-te de vez e relembrar-te novamente. Acho impressionante como me fazes tanto mal e eu te consigo amar tanto. É fantástico saber que há dias como hoje em que penso em ti, e que para ti há dias como hoje e todos os outros em que nem sequer te lembras de mim. Acho simplesmente inacreditável como consigo dizer com todas as letras que te amo e te adoro para sempre e não sou capaz de fazer o mesmo quando se trata de pessoas que me amam e que nunca me abandonaram ou magoaram como tu. Não sei como ainda me consegues fazer chorar quando escrevo algo para ti, não sei como ainda consegues fazer com que eu pense em ti depois da raiva e revolta que deixaste em mim. Não consigo dizer que te odeio, quando te amo; não consigo dizer que te quero longe quando gostava de te ter perto. Tenho vergonha de sentir isto, tenho vergonha de te ter tido alguma vez na vida, tenho vergonha de me lembrar de ti. Preferia nunca te ter conhecido. 

"Pai"