quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Eu cheguei e não quis ir ver-te. As pessoas eram muitas, tu estavas no centro das atenções. Não consegui chegar perto, fiquei de longe a observar. Mas o impossível veio ter comigo. Pediram-me para ajudar com o caixão. A minha resposta foi: "tenho mesmo de ser eu?". Era a última coisa que esperava fazer. A última vez que te tinha tocado não quiseste largar-me e eu vi-te chorar. Chegamos ao cemitério. Ouvi dizer "quem quiser despedir-se...". Eu queria. Eu queria agarrar-te de novo, mas faltou-me a força. Estavas branco, aposto que a tua pele se encontrava gelada. Estavas sereno no teu próprio mundo. E eu chorava por ti. Sim, os teus meninos despediram-se de ti. Só não te abraçaram nem beijaram. Desculpa, mas não consegui tocar-te. Preferi ficar com a memória da tua mão quente e debilitada na minha. Tentei ver-te a sorrir para mim, mas estavas calmo, alheio a tudo. As lágrimas escorriam pela minha cara e eu não conseguia dar um passo em frente. As pernas tremiam e eu não era capaz de te tocar. Não consegui. Ouve, já que agora és mais uma estrela no céu, cuida de mim.

5 comentários:

Sys Arancia disse...

Lamento imenso, querida. Como tu sabes, tens de ter muita força. (:

sαrα αlves (: disse...

de nada linda ((:

withababymuffin disse...

de certeza que vai cuidar. :)

caroline disse...

lamento muito, querida* infelizmente sei o que isso é, muita força!

Liv. disse...

eu sei minha querida <3
tem força.