E é assim que acontece. Quando o amor passa a indiferença já só conhecemos a pessoa pelo apelido. Não damos importância ao grau de parentesco, nem ao rosto parecido com o nosso, nem mesmo à personalidade idêntica. Conhecemos o indivíduo apenas porque ele (ainda) existe e anda por aí. Estatura média, entroncado, com uma certa barriguinha (pelo menos na altura em que ainda me preenchia o coração), um sorriso espetacular e um olhar brincalhão. Carinhoso, mimalho, sorridente, simpático. Não sei o que passou, talvez alguma coisa o vento levou ou a chuva molhou ou o pensamento alterou de tal forma que agora nada! Não faço a mínima ideia da estatura, do tamanho da barriga ou mesmo do sorriso que possa dar. Apenas tenho noção da antipatia, da ironia, do cansaço e da falta de inteligência que percorre o cérebro de algumas pessoas.