Sou muito dada a impulsos e ações precipitadas. Não sei se é bom ou mau. Umas vezes resulta, outras nem por isso. Sei que é a maior estupidez de sempre, mas apetece-me cometê-la. Sei que provavelmente vai estragar muito do que tenho e não tenho, sou e não sou, mas apetece-me. Apetece-me fazer sem pensar. E pensar a sentir. E sentir sem mentir. Apetece-me. Apetece-me entregar-me completamente ao sentimento e sentir, e saborear, e deliciar, e desejar. Amar, digo eu. Quer dizer, nem sei se é bem isso. Ás vezes sinto coisas que parece que são bem mais importantes que o amor, ultrapassam-no. E que é isso? Não sei. Mas algo que me faz desejar-te e ter-te para sempre (ou talvez só por agora, não faço ideia). É algo que atua completamente em mim e me faz nunca desviar o olhar de ti quando sei que também me olhas e não queres largar. É algo que me faz viver e sentir que sou amada. São coisas que desiludem, mas a maior parte das vezes até conseguem iludir. É isso que acontece, é isso que está presente em mim. Não sei bem se é a ilusão ou desilusão. Pára de me arrepiar ao dizer que me adoras ou que me amas. Pára de olhar para mim dessa forma. Pára de me fazer sentir assim. Ou ficas, ou vais. 

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