Eram 17h30 mais ou menos. A persiana estava apenas para baixo e não totalmente fechada. O quarto não se encontrava escuro: havia uma luz amena que não feria os olhos. O tapete já estava a fugir para debaixo da cama, atravessado no chão. Uma almofada tinha caído, a outra ainda permanecia inclinada na ponta da cama. Os lençóis estavam enrolados num só. E nós estávamos no centro abraçados. Corpo com corpo, lábios com lábios. Eu sentia a tua mão quente a fazer-me miminhos nas costas. As tuas pernas cruzavam nas minhas e eu estava tão próxima de ti. Oh se estava. "Sabes o que ainda não te disse hoje? Que te amo muito.". Não, não tinhas dito isso hoje, mas naquele momento aquelas palavras valeram por mil. E tu valeste pelos homens todos do mundo inteiro. És o meu. E eu não te dou a ninguém meu doce. Anda, volta, e não me deixes dormir sozinha esta noite.